Caderno de notas 1945318

Tamanho: (A5) 14,5 x 21 cm
Materiais: Couro reciclado Spectro - Antilope
• O preço não inclui a colocação de pedras preciosas
• Xadrez 72 folhas
• Couro impregnado - não absorve água

Como nota lateral...

Os manuscritos medievais eram livros maciços sobre temas religiosos, políticos ou lendários, feitos de madeira e pergaminho. Eram escritos e ilustrados por monges chamados escribas. Os manuscritos são conhecidos pela sua rica ornamentação. Os mais famosos e interessantes são os chamados marginalia, desenhos engraçados nas margens. Os mais bizarros são os chamados drolleries.
Os monges deram largas à sua imaginação! Representavam animais antropomórficos como cavaleiros que lutavam em torneios ou como criminosos que ameaçavam brutalmente as pessoas (por exemplo, através de decapitação), e os escribas gostavam particularmente de coelhos. Aparentemente, a representação de um animal tão fofo e inofensivo como torturador humano agradava ao sentido de humor medieval (sim, também estamos a pensar em "Monty Python e o Santo Graal"!). Os monges também se entregavam às suas outras fantasias. Por isso, é surpreendentemente comum encontrar marginália de carácter erótico, mesmo em livros religiosos.

Mas isso é apenas uma nota secundária ...

Beijo do monge

Um artigo de Ann Gibbons intitulado "Cabras, bichos dos livros, o beijo de um monge. Biólogos revelam a história oculta dos evangelhos antigos" foi publicado na revista Science em 2017 e descreve a investigação levada a cabo por uma equipa internacional de cientistas na Biblioteca de Oxford. Foi recolhido um grande número de amostras de livros medievais. Amostras de couro foram utilizadas para identificar os animais de que eram feitos (a cabra acima mencionada foi uma surpresa). Graças ao ADN dos bichos-pau, foi possível determinar a idade exacta dos manuscritos.

O mais interessante, no entanto, são os resultados do ADN dos próprios monges. Os livros foram lidos repetidamente, tocados com os dedos lambuzados de saliva para virar as páginas - daí a riqueza do material genético deixado para trás. Foi possível identificar os textos que eram lidos com mais frequência e os que eram menos apreciados. Os cientistas descobriram também o material genético de muitos micróbios presentes quando as pessoas tossiam ou espirravam. Este facto contribuirá para o nosso conhecimento das doenças da época. Houve também algumas surpresas interessantes. Por exemplo, foi encontrada uma quantidade muito significativa de ADN de uma determinada pessoa numa página com a representação de Cristo na cruz. De acordo com o que foi descoberto, esta página foi repetidamente beijada por um monge holandês. Os cientistas afirmam que uma análise genética mais aprofundada poderia revelar informações como as suas doenças, a cor dos olhos ou do cabelo.

(Imagem: Science.org).